Tem momentos em que fico me perguntando se vale a pena todo o esforço dispendido em situações em que o melhor mesmo é parar e deixar de lado...
E encontrei, no blog de uma amiga, o poema (lindo!) a seguir:
"Saber desistir. Abandonar ou não abandonar
— esta é muitas vezes a questão para um jogador.
A arte de abandonar não é ensinada a ninguém.
E está longe de ser rara a situação angustiosa em que devo decidir se há algum sentido em prosseguir jogando.
Serei capaz de abandonar nobremente?
ou sou daqueles que prosseguem teimosamente esperando que aconteça alguma coisa?"
A tpm me deixa assim... tão reflexiva..! E enquanto me falta criatividade pra postar algo de minha autoria, fico pescando dos blogs alheios :)
Beijos a todos
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
terça-feira, 19 de maio de 2009
Drummond
Para abrilhantar um pouquinho o blog, vai aqui essa poesia linda do Drummond:
Viver não dói
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.
Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.
Carlos Drummond de Andrade
Viver não dói
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.
Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.
Carlos Drummond de Andrade
sábado, 31 de janeiro de 2009
Redinhas de Jaguaruana
E por volta das 13:30h, voltando do trabalho, calor desgraçado, cansada e o pior, dormindo dentro da topic 03! (fim de carreira triste!)...
Um anjo sopra no meu ouvido , acordo! Olho em volta... Quaaaase passo da parada. Grito desesperada: "na curva desceee!!" O motorista faz a curva, eu tonta, atordoada vou lá pra frente movida pela lei da inércia, passo a catraca. Pronto. Desci.
Sol escaldante. Sem óculos escuros avisto, do outro lado da pista, um rapaz. Bonito, alto, branco (sem preconceito de cor, claro).
Contrastando com a sua beleza, o rapaz pedalava uma bicicleta monarke barra circular, e levava na parte de trás, um caixote.
Até aí tudo bem, normal. Quando escuto ele dirigir algumas palavras a minha pessoa, que ainda estava atordoada pela viagem, no sol quente, com o agravante de estar do outro lado da pista e ser um pouco surda de um dos ouvidos (apesar do otorrinolaringologista insistir em dizer o contrário).
O rapaz diz: "num sei o q , num sei o q mais lá"
Eu: Oi? Não entendi..? ( atravessando a pista e estupefacta com a beleza do moço)
Ele: "num sei q , nun sei q lá, num sei q lá"
Eu: Como? Desculpa, não estou entendo.. ( já quase chegando perto, esperando que fosse um pedido de informação, no qual eu responderia com o maior prazer, por mais que o rapaz pedalasse uma monarke barra circular e carregasse um caixote :)
Enfim, cheguei do outro lado. Não. Não era um assalto. (Todas as pessoas que escutam essa história, nessa hora, dizem: "foi assaltada!") rs..!
Ele só estava me perguntando, delicadamente, o seguinte: " A senhora não quer comprar uma redinha de Jaguaruana?"
¬¬
...
Momentos de atordoamento geral... Pensamentos, devaneios, até que olho o caixote e entendo. O rapaz era vendedor de rede. Isso, rede. Mais especificamente redinhas de Jaguaruana!
Irada, penso em pedir que ele OLHASSE PRA MINHA CARA E VISSE SE EU ESTAVA A FIM DE COMPRAR ALGUMA REDE, MUITO MENOS DE JAGUARUANA, QUE TINHA ACABADO DE ACORDAR DENTRO DE UMA TOPIC, QUE TINHA TIDO UMA MANHÃ ESTRESSANTE, QUE O CALOR ESTAVA DESGRAÇADO E QUE NÃO QUERIA COMPRAR PORCARIA DE REDE NENHUUMAAAA!!!!!!
...
Respirei... não disse nada daquilo que havia pensado. Simplesmente sorri e respondi também delicadamente: "Não , obrigada"
Segui no sol quente, resmungando pra mim mesma que atrás de pobre corre um bicho, fazendo careta.
Um anjo sopra no meu ouvido , acordo! Olho em volta... Quaaaase passo da parada. Grito desesperada: "na curva desceee!!" O motorista faz a curva, eu tonta, atordoada vou lá pra frente movida pela lei da inércia, passo a catraca. Pronto. Desci.
Sol escaldante. Sem óculos escuros avisto, do outro lado da pista, um rapaz. Bonito, alto, branco (sem preconceito de cor, claro).
Contrastando com a sua beleza, o rapaz pedalava uma bicicleta monarke barra circular, e levava na parte de trás, um caixote.
Até aí tudo bem, normal. Quando escuto ele dirigir algumas palavras a minha pessoa, que ainda estava atordoada pela viagem, no sol quente, com o agravante de estar do outro lado da pista e ser um pouco surda de um dos ouvidos (apesar do otorrinolaringologista insistir em dizer o contrário).
O rapaz diz: "num sei o q , num sei o q mais lá"
Eu: Oi? Não entendi..? ( atravessando a pista e estupefacta com a beleza do moço)
Ele: "num sei q , nun sei q lá, num sei q lá"
Eu: Como? Desculpa, não estou entendo.. ( já quase chegando perto, esperando que fosse um pedido de informação, no qual eu responderia com o maior prazer, por mais que o rapaz pedalasse uma monarke barra circular e carregasse um caixote :)
Enfim, cheguei do outro lado. Não. Não era um assalto. (Todas as pessoas que escutam essa história, nessa hora, dizem: "foi assaltada!") rs..!
Ele só estava me perguntando, delicadamente, o seguinte: " A senhora não quer comprar uma redinha de Jaguaruana?"
¬¬
...
Momentos de atordoamento geral... Pensamentos, devaneios, até que olho o caixote e entendo. O rapaz era vendedor de rede. Isso, rede. Mais especificamente redinhas de Jaguaruana!
Irada, penso em pedir que ele OLHASSE PRA MINHA CARA E VISSE SE EU ESTAVA A FIM DE COMPRAR ALGUMA REDE, MUITO MENOS DE JAGUARUANA, QUE TINHA ACABADO DE ACORDAR DENTRO DE UMA TOPIC, QUE TINHA TIDO UMA MANHÃ ESTRESSANTE, QUE O CALOR ESTAVA DESGRAÇADO E QUE NÃO QUERIA COMPRAR PORCARIA DE REDE NENHUUMAAAA!!!!!!
...
Respirei... não disse nada daquilo que havia pensado. Simplesmente sorri e respondi também delicadamente: "Não , obrigada"
Segui no sol quente, resmungando pra mim mesma que atrás de pobre corre um bicho, fazendo careta.
Assinar:
Postagens (Atom)